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terça-feira, 31 de maio de 2011

Conto de verdade


Não há muito tempo atrás, existia um país sem nome, bem mais próximo do que outrora possamos imaginar; este era governado por lideres, nomeados pelo seu próprio povo. Um país abundante em tudo o que produzia; e seus trabalhadores dedicavam-se cada qual em sua respectiva função, proporcionando o seu bom funcionamento e manutenção estrutural. O poder de seus líderes imperava hegemonicamente por todas as regiões de seu domínio e suas cidades desenvolviam-se mais a cada ano; o que, por conseqüência, implicava diretamente em sua fama para além das fronteiras territoriais com outros países.

O país apresentava os mais altos níveis de IDH, PIB, PNB, IGPM, ISS, CPMF, CTB, IPTU, ITBI, IPVA, ICMS, ICM, FNDE, CSLL, ITCD, entre os fundos mais diversos, que, por sua vez, aclamavam sua base economicamente sólida e invulnerável. Além disso, seu povo contava com um livre arbítrio ideológico embriagador, ao ponto de surgirem centenas de novas religiões diversificadas, tendo nos pequenos insetos e nas bactérias presentes no sistema digestivo bovino a suas “fundamentações teológicas” e os seus elementos do “sagrado”. Sua população passou a ser estritamente classificada por espécie, gênero e especificidades; como, por exemplo, o humano-tatu-marinho do gênero transexual-ambíguo com habilidade em fecundação primordial involuntária.

Em conjunto, com o seu desenvolvimento contínuo e progressivo em todas as áreas de sua constituição sócio-cultural, diversos termos utilizados para caracterizar valores atribuídos à sociedade, também foram, logicamente, reelaborados e desenvolvidos. Por exemplo, a palavra “educação”, que por muitas vezes fora citada como aspecto fundamental para o governo de muitos lideres, tornou-se “nadatização”, sinônima de “inserção”, “prática”, “capitalização”, “individualismo”, ”interesse”, “descabimento” e “fantasia”.

Em meio a todo o seu progresso funcionalista lógico em todas as áreas possíveis de apreensão do conhecimento, o país estabelecia-se irrefutavelmente perfeito em todos os sentidos; todos os sentidos, menos um. O sentido do “depois”, do “logo após”, do “em seguida”. O sentido que determinava onde todo este desenvolvimento exacerbado desembocaria. O único e inevitável sentido que era capaz de questionar o estado de infalibilidade deste emergente país que ecoava num hiato de toda a sua existência à espera do desconhecido ponto final de sua história em construção. O singular sentido que escapava completamente ao seu domínio imperial e não se curvava perante o seu próprio mundo. O inabalável e eterno sentido que, única e absolutamente, apenas Deus, tão cegamente questionado e desvalorizado pelo decorrer dos tempos, o Eterno e Todo-Poderoso, possuía o controle.

O sentido único que, apesar de tudo, tal país jamais conseguiria explicar.

E o que aconteceu depois? Somente Deus, o único, pode determinar.

“porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos, mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.” [Romanos 1:21-23]

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