
Nesta última semana, senti o desejo de compartilhar um texto que escrevi há um tempo para um amigo, em reflexão sobre o filme - O Peregrino.
No entanto, a versão deste filme não é a atual (Peregrino: Uma jornada para o céu), mas uma antiga que é comumente conhecida como: O progresso do peregrino (Pilgrim's progress - 1979). Adquiri um carinho enorme por essa versão desde minha infância e acredito ser ela a expressão fiel da grande obra de John Bunyan [embora, não cubra a história por completa].
O filme enfatiza em todas as possíveis batalhas espirituais nas quais o adversário, desfarçado, busca fazer com que o jovem saia do caminho certo - o caminho para a cidade celestial.
Um lindo filme, julgo eu! E uma história capaz de abrir nossos olhos espirituais gradativamente a cada vez que meditamos nela.
No mais, amados, deixo - lhes a reflexão que fiz para meu amigo e espero que também possam compartilhar com outros, para a honra e glória de nosso Senhor e Salvador - Jesus Cristo.
Deus abençoe a todos! Amém!
Reflexão: O peregrino
De maneira breve, vamos lembrar tudo o que foi apresentado: Inicialmente, o peregrino (perdido, atônito e sem saber o que fazer) prossegue continuamente, de um lado para outro, com um fardo de seus pecados (que pode representar as angústias, tristezas, aflições e desapontamentos de toda uma vida) em busca do caminho certo (ao som de vozes que repetem: o salário do pecado é a morte; passagem tirada da Bíblia – Romanos 6:23). Logo, apresenta-se “o inimigo de nossa própria alma” que tenta interromper a sua viagem a qualquer custo (preciso comentar alguma coisa?); como também se evidencia que o peregrino carrega um livro (o livro da vida – a Bíblia Sagrada) que o fez chegar até ali, ou seja, justamente quando nós começamos a buscar o Senhor, buscar a Deus e o Seu caminho, as coisas começam a “apertar pro nosso lado.”
Em seguida, aparece o personagem evangelista (seria o “crente”, cristão, ou, nesse caso, o rapaz que lhe escreve) que tentará orientar, ajudar e auxiliar (infelizmente, ele não pode fazer mais do que isso) o peregrino que, por sua vez, não sabe aonde ir. O interessante, nesse ponto, é o que o peregrino afirma: tentou avisar à sua família (pode ser esposa, noiva, namorada, pai, mãe, avó, avô, tio, tia, primo, etc.), amigos e vizinhos, mas não deram ouvidos (engraçado como, muitas vezes, quando alguém vira “crente,” todo mundo cai em cima e não ta nem aí, não acha?!). Depois disso, o evangelista entrega uma chave – a chave da promessa, a promessa de Deus - e indicou, ao peregrino, o caminho a seguir (o peregrino teria que trilhar o caminho por conta própria).
Depois de tudo isso, enquanto o inimigo espreitava o peregrino para lançar qualquer coisa que lhe pudesse atrapalhar o caminho, quem aparece? Vacilante. O amigo do peregrino foi em busca de trazê-lo de volta para casa e impedi-lo de continuar (sempre tem alguém que nos aconselha e tenta nos persuadir que “ser crente” é a maior furada por ‘n’ motivos). E, obviamente, nosso inimigo, sutilmente, toma a frente da situação para tentar “fazer-nos recobrar o juízo” (pois é, é isso mesmo!). Nesse momento, os argumentos apresentados por ele variam em todos os tipos (Tolice! É absurdo! Idiotice! É impossível! Fanatismo! O juízo nunca virá! Você está errado! Isso não é prudente! Não faz sentido!). Então, o peregrino e seu amigo, vacilante (o nome já diz tudo, né?!), prosseguem juntos o caminho, enquanto o inimigo decide sair de cena (muito irado, por sinal). Logo após, vacilante começa a encher o peregrino de perguntas, ao mesmo tempo em que ele responde a cada uma delas.
Vendo tudo isso, o que acha que o inimigo iria fazer? Afinal, tudo estava dando certo e ele não queria isso. Sendo assim, as coisas começam a ficar cada vez mais difíceis: os “filhos das trevas” zombam dos dois simples andarilhos (engraçado como hoje ser cristão é ser moralista, extremista, preconceituoso, fanático, etc.), eles são perturbados pelo inimigo, passado por um ferreiro, no local onde deveriam beber e comer, e, por último – como estopim para o “amigo” de peregrino abandoná-lo sozinho no escuro (naquela situação em que você mais precisa dele) – eles são bombardeados por dardos do inimigo (nesse caso, é um sentido figurado. Um dardo pode ser qualquer coisa; por exemplo: uma situação, uma circunstância, um fato, etc.) e, por causa da ansiedade (ir com muita sede ao pote e abaixar a guarda) do vacilante, caíram no lamaçal do desânimo e no pântano do desespero (aquela situação onde tudo está dando errado e você já não consegue levantar sozinho – todos nós passamos por isso, acredite), onde muitos outros, que estão no caminho certo, caem, desistem, ou se entregam à fraqueza (gente que até segue em frente, freqüenta a igreja, mas desiste quando o problema fica “complicado demais”).
Então, após o “amigo”, vacilante, ter abandonado o peregrino, este começa a afundar no lamaçal (justamente o que citei: você não consegue levantar sozinho) e precisar desesperadamente de ajuda; neste momento, o personagem socorro entra em cena para, literalmente, ajudar o peregrino (Deus envia socorro àqueles que pedem ajuda a Ele – não importa qual seja o problema, se você pedir ajuda, Ele é fiel e irá lhe socorrer).
Após toda esta situação, com o peregrino sendo socorrido pelo Senhor, o inimigo continuou a agir – afinal, ganhar uma batalha não é ganhar a guerra. Dessa forma, qual a melhor maneira para se aproximar de alguém que já está em pé de guerra e vigilante? Como atraí-lo? Como afastá-lo do caminho? Com coisas aparentemente agradáveis e boas (comidas, bebidas, festas, descanso, etc. Ou seja, tudo o que é “bom demais”) aos nossos olhos. Surge então o grande intelectual e companheiro (será companheiro mesmo?!) “sábio segundo o mundo” – qualquer coisa para afastá-lo do caminho e atraí-lo como um cordeirinho. Esse sábio e culto segundo o mundo começa a expor um discurso de “responder todas as perguntas;” afinal, ele é um sábio, não?! (acredito ser esse o discurso expresso pela ciência, que abomina a religião e, principalmente, o cristianismo e Deus). A sua colocação com relação ao evangelista é nada além do que “obtuso e idiota!” (pergunte a qualquer intelectual na universidade o que ele acha a respeito de Deus; ou ainda, pergunte a qualquer um na sua turma universitária o que ele pensa a respeito dos evangélicos). Mais uma vez, tudo o que possa estimular o desânimo no coração do peregrino é lançado como um turbilhão de possibilidades apresentadas como “verdadeiras.”
O peregrino resiste fielmente a tudo aquilo, mesmo após ser intitulado pelo companheiro sábio como um “bom religioso” (mera religiosidade não significa nada! Conforme Tiago 1:19-27, na Bíblia, a religiosidade, que nós comumente encontramos nos dias de hoje, é vã religião); no entanto, vendo a situação em que se encontrava, o inimigo orienta o peregrino a, sem perceber, sair do caminho onde seguia e visitar a vila da moralidade, onde morava um senhor chamado “legalista.” Neste instante, mais uma vez, surge o personagem evangelista para alertar e orientar o peregrino a voltar para o caminho correto e mostra como o inimigo enganou-o sem que se desse conta disso – o inimigo, por outro lado, não gostou nem um pouco.
Então, o peregrino chega sozinho até o local orientado pelo evangelista – a casa do senhor “boa vontade”. Após um breve descanso, quando o peregrino pôde receber mais orientações em sua jornada, prossegue à casa do senhor “intérprete,” na qual poderia ter as respostas para todas as suas perguntas. Nesse instante, como um último ato em tentar destruir toda e qualquer esperança do peregrino, enquanto o senhor intérprete explicava os ensinamentos do livro da vida – a Bíblia Sagrada –, o inimigo roubou-lhe o livro e tentou lançá-lo ao fogo; no entanto, não conseguiu (ele faz, e continuará a fazer, tudo para que aqueles que seguem o caminho ao Senhor não consigam chegar à Ele). Logo após isso, com a palavra do livro da vida, o peregrino conseguiu livrar-se de seu pesado fardo e alcançou a salvação eterna, compreendendo o plano do evangelho de tal salvação, ao curvar-se perante a cruz e, principalmente, perante Cristo, reconhecendo-o como seu único Senhor e Salvador. Neste instante, peregrino passou a chamar-se “cristão” (todos nós iniciamos a vida como peregrinos; mas a estrada continua. Segundo Mateus 7:13-14, a porta que conduz para a vida é estreita e o caminho, apertado; e são poucos os que acertam com ela).
Cristão, em sua continua jornada pelo caminho que conduz à cidade celestial, encontra um companheiro, que também anda no mesmo caminho, chamado “fiel.” Juntos, caminharam e compartilharam experiências, como sendo verdadeiramente irmãos. Entre suas experiências, fiel conta que enfrentou uma experiência, também armada pelo inimigo para tirá-lo do caminho, com um pai que desejou entregar-lhe suas três filhas para que ele não partisse. Eram elas: concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e soberba da vida (é claro que o inimigo não vai aparecer com capa preta e tridente na mão! Ele não é nem um pouco bobo, não é?! Ele sempre tentará apresentar tudo o que for bom aos nossos olhos, ao nosso corpo e ao nosso coração. Cabe a cada um de nós rogarmos a Deus que nos socorra e nos livre dessas armadilhas – alguma vez já nos perguntamos se Deus gosta do que fazemos, pensamos, desejamos, sentimos, etc.? Será que tudo o que aparenta ser “bom” para nós, também é bom para Deus? Ou será que nós somos melhores do que Ele para chegarmos ao ponto de não nos preocuparmos com isso? Por acaso Deus também é bobo? Verdadeiramente acredito que não!).
Tudo aparenta muito bonito, calmo e tranqüilo, mas quem disse que o inimigo cruzará os braços e ficará olhando tudo acontecer? Enquanto cristão e fiel caminham desatentamente pelo caminho, o inimigo os aprisionou no “laço do passarinheiro” (mais uma vez uma figura de linguagem expressa para representar toda e qualquer situação que possa nos derrubar; por exemplo: julgar o próximo, mentir, fazer você agir de maneira injusta, criar uma rixa com alguém do trabalho ou universidade, discutir com seu pai, mãe, noiva, namorada, esposa, irmão, etc.); no entanto, mais uma vez, o livro da vida tem as respostas para cristão e fiel, e, assim, o Senhor os liberta, novamente, com alegria (perceba que o personagem evangelista, este que lhe escreve, está sempre acompanhando os andarilhos pelo caminho).
Prosseguindo, cristão e fiel seguem o caminho até chegar na “feira da vaidade;” um local onde se estimula a vaidade, a luxúria, a lascívia, a riqueza, a soberba, o prazer e satisfação carnais (engraçado; o que você assiste quando liga sua televisão todos os dias?). Mais uma vez, cristão e fiel são descaradamente zombados e feitos como de idiotas por serem fiéis em seguir o caminho, assim como a Bíblia também é ridicularizada entre os moradores (como já falei antes: o cristianismo, o evangélico, o cristão, a Bíblia e o próprio Deus têm tornado-se, cada vez mais, motivos de chacota e piada pelas pessoas – corrija-me se eu estiver errado. Quantas pessoas você conhece na universidade ou no trabalho que temem a Deus, o reconhecem como tal e, ainda, acreditam que a Bíblia é um livro sagrado? Ora, pois segundo 2ª Coríntios 4:3-4, o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos para que não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo). Dessa maneira, surge então o príncipe da feira da vaidade; quem seria este? (preciso comentar algo mais?) Então, o príncipe, isto é, o inimigo de nossas almas, reinando sobre seu povo, decide julgar culpados, cristão e fiel, por não se curvarem perante ele e, ainda, por difundirem suas “pregações” (alguns podem não concordar, mas ainda chegará o dia em que não se poderá nem mesmo carregar uma Bíblia – a prova é visível a cada dia mais. Julgue você mesmo! Já estão começando a tentar vetar os cristãos de falarem em certos locais devido a “discriminação” de nossa parte – seria mesmo de nossa parte?).
Apesar disso tudo, na feira da vaidade existia um jovem rapaz chamado “esperançoso” (aquela pessoa que sabe que Deus existe, o reconhece como Deus, mas não o conhece por ‘n motivos; ex: não tem coragem de ir à igreja, não sabe como conhecer a Deus, sente-se preso para ir à igreja por algum motivo [que já sabemos ser uma correntezinha que o inimigo prendeu pra impedi-lo de chegar ao caminho], etc.) que, após ter contato com o livro da vida, agiu em socorro dos dois simples andarilhos que se entregaram por boa vontade e confiaram no Senhor, o Deus Altíssimo, para realizar a Sua vontade. No entanto, fiel foi morto queimado perante os moradores da feira, e partiu primeiro para a vida eterna, sem necessitar enfrentar todas as batalhas pelo caminho. Sendo assim, esperançoso chegou rapidamente até cristão e o ajudou a ser liberto daquela situação na qual estava (você lembra que Deus envia o socorro, não importa como?).
Conseguinte, esperançoso seguiu em viagem com cristão, e ambos chegaram a um lugar tão belíssimo – a campina do desvio - (aquela época ou situação na vida onde tudo é uma beleza pura) e esperançoso, confundido pela beleza como verdade, pensou que o inimigo não estivesse os vigiando; e, então, novamente, cristão, com seu amigo fiel, desviou-se do caminho. Após um longo tempo, cristão começou a perceber que estavam no caminho errado e uma tempestade formava-se adiante (situações como estas são muito fáceis de acontecer na nossa vida – como cristãos ou “evangélicos.” Quando alguém, julgando estar correto, trilha por caminhos errados e só percebe quando já é tarde demais. Esta é a maior causa das grandes polêmicas entre “evangélicos” hoje em dia. Muitos começam no caminho certo, mas poucos permanecem nele até o fim).
Após isso, cristão e esperançoso acabam sendo aprisionados no “castelo da dúvida” (esta é a maior representação da vida de um cristão, quando ele, repentinamente, é invadido por dúvidas das mais diversas, incluindo a sua salvação no Senhor – tal castelo que é, mais uma vez, comandado pelo inimigo que continua espreitando e de olho nos jovens rapazes. Não é raro um cristão enfrentar o castelo da dúvida; principalmente nos dias atuais. Este rapaz que lhe escreve testifica disso), no entanto, novamente o livro da vida possui a resposta para a libertação, assim como a chave da promessa, entregue inicialmente pelo evangelista, ajuda-os a sair do castelo (a Bíblia é a maior chave para a libertação de todos os que buscam verdadeiramente a Deus – conforme João 14:1 e 8:32, não devemos ter duvidas em nossos corações e confiar em Deus, como também, no Senhor, conheceremos a verdade e ela nos libertará – de toda e qualquer situação).
Uma vez libertos do castelo da dúvida e de volta ao caminho, cristão e esperançoso chegam a “terra de Emanuel” - o marco do início do fim da jornada – e encontram os personagens, também cristãos e escolhidos do Rei das terras – o Senhor -, “sabedoria,” “vigilância,” “experiência” e “sinceridade.” Após um breve contato com seus companheiros, avistaram a cidade celestial à distância (não falta muito para terminar a jornada aqui na terra) e partiram em sua direção.
Em meio ao fim da jornada, após tudo o que passaram, esperançoso julga-se imune, com cristão, aos dardos e armadilhas do inimigo (aquela situação em que, após décadas de vida, alguém se diz firme e forte, acredita ser “o tal” e afirma não cair em erros cometidos anteriormente sem sombra de perigo ou dúvida – um pouco soberbo, não acha?). Então, é nessa hora que o inimigo aparece com seu bombardeio de dardos (você não é “o tal?” vamos ver se você agüenta! – ele passa a apresentar tudo o que possa lhe perturbar, afligir, angustiar, fazer errar justamente naquilo que você acreditava não cometer mais erros, etc. Ele não é bobo mesmo!).
Então, cristão e esperançoso recebem ataques por todos os lados (não é apenas uma situação que você pode cometer pecados e erros, são várias!) até serem atingido; quando prostrados no chão recebem novamente a libertação pelo livro da vida - a palavra de Deus -; dessa vez, através do escudo da fé e da espada do Espírito (conforme Efésios 6:10-18 – a armadura de Deus), apenas após terem compreendido que sozinhos nada podiam fazer e que todas as batalhas pertencem somente a Deus – assim como as vitórias!
Por fim, após todas as batalhas, cristão, acompanhado de seu amigo e irmão esperançoso, chegam ao final do caminho que leva à cidade celestial – o objetivo de toda a jornada. Enquanto caminham, vozes proclamam repetidamente, mais uma vez, a passagem de 2ª Timóteo 4:7-8: Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé; já agora a coroa da justiça me está guardada (os dias finais da vida daqueles que se entregam completa e inteiramente ao Senhor e Deus de toda a humanidade).
Enquanto os jovens e o evangelista, que os acompanhou por todo o caminho, prosseguem os passos finais rumo à cidade celestial, o inimigo, enfurecido com o fato de ter perdido as almas destes simples andarilhos, apresenta todas as suas almas conquistadas anteriormente e parte em busca de outros peregrinos vulneráveis e propícios a serem derrotados – dentre os quais existe uma provável vítima: você!
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